
Com o argumento acima, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta quinta-feira (16), o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para devolução do passaporte e autorização para os EUA, para a posse do presidente Donald Trump.
Para a decisão, após receber o parecer da PGR (Procuradoria-Geral da República), o relator do caso diz ter-se embasado em entrevista de Bolsonaro a imprensa, na qual, indicava a intenção de fugir, bem como, declarou-se favorável a fuga de condenados pelos ataques de 8 de janeiro para p exterior.
O STF informou que Alexandre de Moraes salientou que o ex-presidente, “cogitou a possibilidade de evadir-se e solicitar asilo político para evitar eventual responsabilização penal no Brasil”. Bolsonaro reagiu, (confira mais abaixo).
Segundo as informações, a defesa do ex-presidente argumentou na Petição (Pet) 12100, que ele “recebeu convite para assistir, presencialmente, à posse do presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump“. Porém, o ministro apontou que quando solicitado, o advogado, “não juntou aos autos, documento que demonstre a existência de convite do presidente eleito dos EUA a Bolsonaro, conforme alegado no pedido“.
Passaporte: Moraes também não devolveu o passaporte de Bolsonaro. Nesse caso, ele citou que a Primeira Turma da Corte já havia negado esse pedido da defesa para revogação de medidas cautelares. E a situação se agravou depois que a Polícia Federal indiciou 37 pessoas, entre elas o próprio ex-presidente, em inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro: numa reação à decisão do ministro Alexandre Moraes, o ex-presidente usou a conta social do X, para postar um longo texto assinado pelo “Gabinete do Presidente Jair Bolsonaro”, onde afirma, entre outras coisas, que: “A decisão de hoje de Alexandre de Moraes de negar o pedido do Presidente Jair Bolsonaro para comparecer à histórica posse do Presidente @realDonaldTrump é uma grave decepção — não apenas para o Presidente Bolsonaro, mas para os milhões de brasileiros que ele representa e para a duradoura amizade entre o Brasil e os Estados Unidos“.

Confira a nota completa do ex-presidente…
– A decisão de hoje de Alexandre de Moraes de negar o pedido do Presidente Jair Bolsonaro para comparecer à histórica posse do Presidente @realDonaldTrump é uma grave decepção — não apenas para o Presidente Bolsonaro, mas para os milhões de brasileiros que ele representa e para a duradoura amizade entre o Brasil e os Estados Unidos.
– O convite do Presidente Trump a Bolsonaro simboliza os profundos laços entre duas das maiores democracias das Américas. A decisão de impedir Bolsonaro de participar deste evento tão importante diminui a posição do Brasil no cenário global e envia uma mensagem preocupante sobre o estado da democracia e da justiça em nosso país.
– Essa decisão é mais um exemplo do contínuo uso de “lawfare” (ativismo judicial) contra Bolsonaro — o uso sistemático da justiça para neutralizá-lo como adversário político nos tribunais, para não enfrentá-lo nas urnas. Essas ações não têm a ver com justiça ou com a prevenção de risco de fuga. Elas têm a ver com medo: medo da popularidade de Bolsonaro, que lidera as pesquisas para as eleições de 2026; medo de seu amplo apoio entre brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país; e medo do que ele representa.
– As justificativas apresentadas para esta decisão carecem de qualquer fundamento legal ou lógico. Bolsonaro cumpriu todas as ordens judiciais desde que seu passaporte foi confiscado há quase um ano. Ele compareceu à posse do Presidente Javier Milei na Argentina em dezembro de 2023 com permissão de Alexandre de Moraes e retornou ao Brasil como prometido, provando mais uma vez que não representa risco de fuga. Apesar disso, continua-se a esticar os limites da lógica jurídica para restringir seus direitos, negando a milhões de brasileiros a chance de ver seu principal candidato à presidência representado internacionalmente.
– O governo Lula claramente aprendeu com os erros nos Estados Unidos, onde o sistema de justiça foi instrumentalizado para ganhos políticos: mas lá eles não agiram rápido o suficiente para destruir seu oponente político, Donald Trump, e ele superou esse ativismo judicial. Eu também superarei.
– Esta decisão também representa uma oportunidade perdida de fortalecer a relação entre os Estados Unidos e o Brasil em um momento crítico. O Presidente Trump enfatizou a unidade global contra o “lawfare” e governos instrumentalizados para atacar opositores políticos, convidando líderes de todo o mundo para sua posse. Impedir Bolsonaro de comparecer enfraquece os laços diplomáticos e econômicos entre nossos países e afasta ainda mais o Brasil de um alinhamento com o mundo livre.
– Isso não é sobre um homem ou uma decisão; não é sobre direita ou esquerda, é sobre o futuro da democracia no Brasil. Se o sistema de justiça pode tirar os direitos de um ex-presidente que representa milhões de brasileiros, ele pode fazer o mesmo com qualquer um. O povo brasileiro merece algo melhor do que decisões que minam os próprios princípios de justiça e democracia que se pretende defender.
– A luta pela democracia, liberdade e pelo direito do povo brasileiro de escolher seus líderes continuará. “Lawfare” não prevalecerá.