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Projeto Agô Bahia lança Roteiro Turístico das Comunidades de Terreiros

Reportagem: Anderson Oliveira/GovBa – Fotos: Feijão Almeida/GovBa

Um desfile do afoxé Filhos de Gandhy e manifestações culturais, com os tradicionais acarajé e abará, marcaram o lançamento do Roteiro Turístico das Comunidades de Terreiros, nesta quinta-feira (22), no Museu Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho, em Salvador. A iniciativa da Secretaria de Turismo (Setur-BA), em parceria com terreiros de candomblé e trade turístico, integra as ações do projeto Agô Bahia e visa valorizar as religiões de matriz africana e incrementar o afroturismo baiano.

O evento contou com a participação de representantes de terreiros e profissionais de agências de receptivo e guias de turismo que atuam na capital e região metropolitana. Na ocasião, também foi lançado um guia com orientações para a comunidade.

Nós vamos poder proporcionar aos visitantes uma experiência muito rica de conhecer as religiões de matriz africana, mas com todo o respeito. Visitar um terreiro de candomblé é adentrar um templo religioso, uma religião que exige determinados procedimentos”, destacou o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar, ao reforçar que o objetivo é incrementar o fluxo turístico neste segmento.

Nesta primeira etapa, serão alcançadas dez casas, sendo nove na capital e uma na região metropolitana. São elas: Terreiros da Casa Branca, Gantois, Ilê Axé Opô Afonjá, Bate Folha, Zoogodô Bogum Malê Hundó, Ilê Maroialaji Alaketu, Ilê Oxumarê Axé, Ilê Asipá e Hunkpame Savalu Vodun Zo Xwe; em Camaçari, o Manso Kilebemkueta Lemba Furamon.

O antropólogo Vilson Caetano, babalorixá do Ilê Obá L’Okê, considera a iniciativa muito importante para as comunidades e povos tradicionais. “Esse é um projeto que nos dá visibilidade, porque é algo que acontece a partir de um diálogo preexistente entre a Secretaria de Turismo e outras comunidades e terreiros. Ele vai nos ajudar a dialogar mais com a sociedade, sobretudo, mostrando, de fato, a nossa realidade, a nossa comida, a nossa indumentária, o nosso culto, de maneira mais respeitosa e integrativa para todas as pessoas”, pontuou.

O ponto de partida foi a escuta das lideranças religiosas para coletar sugestões. Depois, foram selecionados os templos sagrados, que passaram por melhorias nas instalações e sinalização turística, seguidas de capacitação para atendimento aos visitantes e produção de material informativo. A visita dos profissionais do turismo às casas de candomblé contribuiu para a estruturação do novo roteiro.

Em busca de mais informações sobre a iniciativa, a turismóloga e agente de viagens Magda Souza pretende oferecer pacotes deste roteiro. “A pretensão em relação a esse roteiro como comercialização dos pacotes de viagens é, realmente, participar das capacitações, para que a gente possa organizar isso e oferecer aos visitantes e turistas que venham ao nosso estado”. Como frequentadora de um terreiro, ela ficou satisfeita com a forma como está sendo apresentada à cultura e religiosidade baiana.

A expectativa é de que, nas próximas etapas, terreiros de outras cidades baianas sejam inseridos no roteiro. Para isso, é necessário que as casas demonstrem o interesse junto à Setur-BA. Os agentes e operadores de viagens que tenham intenção de comercializar pacotes neste sentido devem procurar a secretaria para as tratativas.

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