Um grupo de manifestantes saiu na manhã deste domingo (9), em protesto na praia de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, contra a PEC 3/2022 (Proposta de Emenda à Constituição), que trata da privatização das praias. O texto já foi aprovado em dois turnos pela Câmara dos Deputados e atualmente encontra-se em discussão no Senado Federal.
A proposta de emenda à Constituição Federal, visa estabelecer novas diretrizes para a propriedade e gestão dos terrenos de marinha. Segundo informações, como a publicada pela Agência Brasil, deste domingo, “[são áreas como] aquelas que se localizam numa faixa de 33 metros para o interior, a partir da linha de maré alta“.
De acordo com a Agência, o protesto, isolou trecho na areia de Ipanema. Os manifestantes recolheram assinaturas, exibiram cartazes e gritavam slogans como “a praia é do povo”. Um dos organizadores, foi o deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ / ex-ministro do Meio Ambiente de 2008 a 2010). Segundo ele, “essa PEC da privatização das praias é realmente um horror. São milhares de quilômetros quadrados passados do Poder Público para o poder privado“.
A publicação informa ainda, que um grupo de pescadores de Sepetiba, na zona oeste da cidade carioca, também participou do protesto. “Se essa PEC realmente passar, vai prejudicar a gente, porque a gente precisa dessas áreas para pescar. Se a gente não tiver acesso à praia, de onde vamos tirar nosso sustento”, disse, preocupado, o pescador Cláudio Nei, de 55 anos.
“A faixa do mar é uma área vulnerável. O mar está subindo. Dez dias atrás, 15 casas foram derrubadas em Macaé. Ainda do ponto de vista ambiental, [a proposta ameaça] restingas, mangues. E eles dizem que a PEC não vai privatizar a praia, mas ao privatizar a área contígua [à praia] você restringe o acesso, limitando uma das poucas coisas que é boa, bonita e barata, a curtição na praia”, destacou o ex-ministro.