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MP faz Maluf devolver R$150 milhões aos cofres da prefeitura de São Paulo por obras superfaturadas, 30 anos depois

Por conta de uma ação civil pública movida no MPSP (Ministério Público de São Paulo), por desvio de recursos das obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho e Túnel Ayrton Senna, entre 1993 e 1998, o ex-prefeito Paulo Maluf devolveu nesta quarta-feira (19), US$ 38 milhões, ou seja, R$152,8 milhões aos cofres da prefeitura de São Paulo. Segundo as informações, o total da dívida é de US$44 milhões, cerca de R$220 milhões.

A devolução foi feita pela Eucatex, empresa da família Maluf e o Banco BTG Pactual, após acordo firmado entre o Ministério Público e a Procuradoria-Geral da capital paulista, conforme publicado ontem pelo g1. “Com isso, a família Maluf perde mais de um terço da empresa Eucatex, passando as ações ao poder da BTG Pactual“, diz o portal.

Atualmente, a prefeitura de São Paulo é administrada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Como o dinheiro era desviado

De acordo com o g1, a construtora responsável pela obra, teria promovido o superfaturamento e repassado o dinheiro para Paulo Maluf. As acusações afirmam que ele usava contas no exterior para lavar o dinheiro desviado. “Ele usava contas bancárias em nome de empresas offshores (firmas usadas para investimentos no exterior) para enviar dinheiro desviado e reutilizar parte do dinheiro da compra de ações de empresas da família dele, a Eucatex“.

As informações apontam que a prefeitura e o Ministério Público adicionaram alguns documentos ao processo, a exemplo de extratos bancários e cópias de cheques, para mostrar o caminho percorrido pelo dinheiro, passando primeiro por Nova York e indo parar em Jersey.

O que diz a Eucatex. Em nota ao g1, afirmou que “com a concordância de todas as autoridades envolvidas e o aval dos entes reguladores, o acordo de autocomposição firmado pela Companhia e o Ministério Público encerra antiga controvérsia jurídica de forma definitiva e demonstra a postura colaborativa de empresa, que agora, sem estar sujeita a novos questionamentos, poderá seguir com suas atividades de forma estável e com segurança jurídica, além de alcançar novos níveis de governança corporativa de forma a confirmar as expectativas do mercado”.

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