*Editorial – Por: Dell Santana
Um debate que não causou impacto aos indecisos. É assim que a maioria dos analistas definem o último encontro entre os candidatos ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula das Silva (PT) e o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Messias Bolsonaro (PL), na noite desta sexta-feira, na Globo.
Nas redes sociais e em grupos de whatsapp Brasil afora, a repercussão do debate não mudou o cenário da polarização que já acontece no País. De um lado os eleitores de Lula, acham que seu candidato se saiu melhor, por esse ou por aquele detalhe e seu opositor foi um desastre. Do outro, os bolsonaristas defendem seu ‘capitão’, acusando o sistema e debochando do adversário.
Mas em termos de propostas reais, para tirar da miséria, os milhões de brasileiros que há anos, sobrevivem sob a tutela do assistencialismo, sem emprego e ou programas que lhes permitam gerar renda própria, pouco ou nada foi apresentado, por nenhum dos candidatos.
Tanto nos debates, quanto no horário eleitoral, passando pelos discursos nas ruas, o que sobram em Bolsonaro e Lula, são acusações, um ao outro. Nenhum dos dois, até aqui, apresentou qualquer proposta de solução para as mazelas do País, de maneira a impressionar a maioria da população uniformemente. Ao contrário, cada um, fala aquilo que sabe, agradará suas respectivas legiões de apoiadores apaixonados, ou seja, suas ‘bolhas’, que muita das vezes, parecem não terem a mínima noção, do grande mal que estão causando a si mesmos, e ao próximo, ao escolherem votar em políticos, muito mais por fanatismo extremista, ao invés de buscarem, na ideologia, o verdadeiro significado da palavra governança.
Voltando às observações dos analistas, para a maioria deles, preocupados apenas em agradar seus seguidores, Lula e Bolsonaro perderam a chance de tentar conquistar os votos dos milhões de indecisos, que no primeiro turno, votaram em branco, anularam, ou se abstiveram de votar. Sem falar de alguns daqueles que optaram escolher uma das outras opções, entre os candidatos disputantes no dia 2.
*Imagem: Reprodução/Globo/g1
Enfim, em linhas gerais, o que há de se lamentar, é que em um processo eleitoral tão importante para o destino de uma Nação inteira, a maioria dos eleitores já NÃO se importa mais com sua missão cidadã. NÃO discute política racionalmente. NÃO avalia as necessidades do País como um todo. NÃO cobra dos gestores, ações políticas de verdade. NÂO pensa num País que gere empregos e oportunidades, ao invés de esmolas assistências. NÃO enxerga o quanto ele mesmo e seus amigos e parentes, continuam sofrendo nas filas dos hospitais, do desemprego, etc, etc, etc.
Mas, se quiserem, mesmo depois do próximo domingo(30), esses brasileiros poderão pensar uma nova maneira de fazer, discutir e engajar-se politicamente, sem deixar o coração ocupar o lugar da razão. – NÃO endeusando políticos. Afinal, aos que creem, DEUS, só existe um!
*Dell Santana, é graduado em Comunicação Institucional (Faculdade Sumaré – SP), editor do Acesse News e filiado a ABI (Associação Baiana de Imprensa).