*Editorial – Por: Dell Santana
O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), tem ensinado para quem for um bom ou uma boa aprendiz, como não deve se comportar após chegar ao poder. – Perseguições a veículos de comunicação e a jornalistas, críticas sem provas ao sistema eleitoral pelo qual ele foi votado e eleito chefe da Nação e reeleito várias vezes para o Parlamento, autoritarismo sem limites, insuflar o ódio contra o STF (Supremo Tribunal Federal), etc.
Para tudo na vida, uma hora, a conta chega. E na política, não é diferente.
Pelo Brasil afora, existem muitos políticos que maltratam o povo, cometem fraudes eleitorais, entre outras barbáries, simplesmente porque acostumaram a vivenciar a impunidade. Para esses, a nova era da justiça também chegará.
Bolsonaro, que até pouco tempo atrás, usufruía da preferência de quase metade dos eleitores e eleitoras do país, atualmente vive o drama de uma possível perda vertiginoda desse legado. E pior, a cada atitude impulsiva, arrogante e autoritária, parece cavar a própria sepultura eletiva, especialmente no que diz respeito ao tão ambicioso sonho de voltar ao comando da República. – Uma demonstração de que o Capitão, não soube comandar, nem a própria missão de “líder mor” da Extrema Direita do país, posição à qual foi conduzido de forma meteórica, nos últimos tempos.
Para quem acha que pode fazer ou dizer tudo o que pensa e quer, na tentativa de alcançar o poder e ou manter-se nele, fica a lição: a lei existe. Até mesmo para os que se consideram inatingíveis por ela.
E entre os bolsonaristas que apontam o ministro Alexandre de Moraes, como o principal algoz do ex-presidente, provavelmente alguns hão de convir, que, em determinados momentos, o Capitão abusou da “patente“.

Desde que recebeu a condenação dos 27 anos e 3 meses de prisão e a inelegibilidade até 2030 (pelos crimes citados pelo STF), por exemplo, Bolsonaro e um dos filhos (mais efusivo), passaram a incorrer numa série de erros, que só agravaram ainda mais a situação do patriarca da família.
Recentemente, a ida do deputado Eduardo para os EUA fazer lobby contra o Brasil e nesta sexta-feira (21), a tentativa desesperada do próprio Jair Messias de tentar desmontar a tornozeleira eletrônica que estava usando na prisão domiciliar, ao perceber a aproximação do fim do prazo para a defesa apresentar os recursos contra o cumprimento da pena estipulada pela justiça, mostra um ex-chefe de Estado em um quadro emocional agonizante. E talvez, também, em um declínio político irreversível.
A imprensa brasileira e de boa parte do mundo, noticiou amplamente o ocorrido. O The New York Times, estampou na manchete: “Temendo que ele fugisse, a polícia brasileira prendeu Jair Bolsonaro“. Já o portal Uol, “Bolsonaro disse à PF que tentou romper tornozeleira com ferro de solda“. O Clarin destacou: “Enquanto estava em prisão domiciliar, a justiça brasileira ordenou a prisão de Bolsonaro: relatos indicam que ele tentou romper sua tornozeleira eletrônica“. O portal BBC Brasil “Bolsonaro é preso por risco de fuga após violar tornozeleira e Flávio convocar vigília: o que acontece agora?“. E o portal Metrópoles “Bolsonaro confessa que queimou tornozeleira com ferro quente e justifica: “Curiosidade”. O canal da CNN Brasil no YT mostra o “passo a passo” das informações que o levou para a prisão (confira clicando aqui). Também no YT, o g1 reproduziu um trecho do Jornal Nacional que mostra a tornozeleira violada, enquanto uma agente da PF interroga Bolsonaro (*veja no vídeo no final do texto).
Em outra publicação, o Metrópoles afirma que o presidente dos EUA, Donald Trump, ao ser informado sobre a prisão de Bolsonaro neste sábado (22), limitou-se a dizer, “uma pena“. Observem que ao perceber o fracasso dos planos dos aliados aqui do Brasil e sofrer pressão interna, Trump chegou a elogiar Lula, se reuniu com ele e de quebra, retirou as taxas de produtos brasileiros.
Informações dão conta de que Bolsonaro ocupará uma cela de 12m², enquanto estiver preso na Superintendência da PF, em Brasília, para onde foi levado neste sábado. – Com isso, na última década, esse é o terceiro ex-presidente da República a deixar a cadeira do mais alto Poder político do país, para ir passar um período numa prisão: Lula (2018), Michel Temer (2019) e agora, Jair Messias.
– Sendo assim, então é melhor outro(a)s político(a)s também colocarem suas “barbas de molho“. Pois a justiça está provando que, até podem tentar retardá-la, mas uma hora ela chega ao alto e ao baixo clero.
*Confira mais abaixo, como ficou a tornozeleira…

*Dell Santana, é graduado em Comunicação Institucional (Faculdade Sumaré – SP), editor do Acesse News e filiado a ABI (Associação Baiana de Imprensa).