Ilê Aiyê realiza a 42ª Noite da Beleza Negra e contou a presença do governador e do público
Após dois anos suspenso por conta da Covid-19, o bloco afro Ilê Aiyê voltou a realizar a Noite da Beleza Negra. A 42ª edição do evento que elegeu Dalila Santos, de 20 anos, como a Deusa do Ébano para o Carnaval 2023, aconteceu neste sábado (28), na Senzala do Barro Preto, no bairro Curuzu, em Salvador.
O evento também marcou a celebração do centenário de Mãe Hilda Jitolu, líder espiritual e uma das fundadoras do Ilê Aiyê. Em sua homenagem teve leitura de texto do ator Sulivã Bispo, ‘com a representação do orixá Omolu, dono de significado profundo relacionado à vida e à morte‘. Além disso, foi apresentado pelo ator Diogo Lopes Filho, o herói angolano Agostinho Neto, que será o tema do bloco no carnaval deste ano. Sérgio Roberto dos Santos, idealizador da Noite da Beleza Negra, que faleceu no último dia 22, teve sua memória lembrada.
De acordo com nota da Ascom, o evento contou também com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do secretário da Cultura, Bruno Monteiro, entre outras autoridades.
“A Beleza Negra, além de uma festa cultural bonita do Ilê Aiyê, tem como destaque, a preocupação com a mulher. O papel da mulher em um cenário, em um lugar estratégico”, declarou Jerônimo. “Não poderia deixar de participar desta celebração como uma forma de agradecimento e reconhecimento, mas revelando o meu compromisso com a cultura negra do estado da Bahia”, emendou ele.
*Foto: Reprodução/Ascom/GovBa

Já o secretário Bruno Monteiro destacou: “toda essa manifestação, é tão forte, tão tradicional, e até o surgimento dessa manifestação, as mulheres negras não tinham esse protagonismo. Então, é um evento muito importante por toda história que representa”. E lembrou, “a gente está aqui também celebrando a divulgação do edital Ouro Negro, que contou com um investimento recorde nos blocos afro, blocos de indígenas, em toda a cultura raiz, a cultura popular”.
Pionerismo e tradição
Com o tema Iroko é Liberdade – Um espetáculo para festejar o tempo, o evento reverenciou a música e a cultura negra do Brasil.
*Foto: Reprodução/Ascom/GovBa

De acordo com Ângela Guimarães, secretária de Promoção da Igualdade Racial, a celebração do Ilê representa a conquista de todo um povo. “Uma noite de uma festa, a primeira no Brasil que exalta a representatividade, a beleza, que valoriza a autoestima das mulheres negras. Celebrar 42 anos, a longevidade dessa festa é dizer que o Ilê Aiyê sempre foi pioneiro, sempre apontou rumo, sempre abriu caminho, porque hoje a gente tem uma efervescência desse debate antiracista na agenda nacional e isso se deve a quem veio primeiro”, enfatizou.
Fabya Reis, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia, enalteceu a força da mulher. “Todo o fortalecimento da nossa cultura negra, da força das mulheres negras. Fazendo essa tradição com a ancestralidade, com a comunidade da Liberdade, e do bairro do Curuzu. Uma mensagem de liberdade, de igualdade, democracia e de toda a potência das mulheres negras”.