Ser mãe cansa… ser mãe atípica cansa muito mais

*Por: Ariane Rocha
A definição para mãe atípica é ter, ou melhor, cuidar de uma criança com deficiência, síndrome ou transtorno do neurodesenvolvimento.
No momento em que uma mãe recebe um diagnóstico, a mesma entra em luto. Sim, a apalavra é esta mesmo, luto. Morre a expectativa do filho dos sonhos, e dá lugar a preocupação, angustia, insônia e a mulher que idealizou uma familia de contos de fadas, se torna uma super mãe de filme de ação, uma fortaleza, incansável “leoa” para defender os seus.
E em muitos casos, o luto se estende a mulher. Morre a sua vaidade, sua identidade, o convívio social e muitas vezes, a carreira profissional também é interrompida.
A sociedade impõe um padrão de comportamento robótico para as crianças, que o convívio social para elas e suas mães, torna-se frustrante e em sua maioria, ocorre o isolamento e a construção de uma bolha protetora para acolher os filhos.
Imagine a rotina de uma mãe típica que dentre os seus compromissos diários, precisa: preparar o almoço, levar as crianças para a escola, ajudar na tarefa de casa, cuidar da higiene da criança e muito mais, que compõe o cotidiano de uma mãe. Agora acrescente acompanhamento semanal de terapias, lidar com os efeitos coleterais das medicações, seletividade alimentar, consultas com especialistas, além das idas e vindas a escola já que o processo de adapção comportamental e a aprendizagem, são especificos e individualizados.
Eu sei que está cansado (a) somente de ler o paragrafo acima. Imagine tudo isso, ao fato de lidar com a falta de empatia de determinadas pessoas que julgam a aparência, a falta de convívio social, a cobrança por uma carreira profissional a estas mulheres.
Este texto é um relato pessoal. Estou no meu lugar de fala por vivenciar durante 4 anos esta experiência de cuidar da minha filha que foi diagnosticada com epilepsia. O tratamento foi intenso. Mas graças a Deus, ela obteve a cura.

Hoje [ela] convive sem medicações e o acompanhamento com especialistas diminuiu.
E diante desta experiência, é que aplaudo de pé, a estas mulheres fantásticas. Dedico este texto para todas as mães dos meus pacientes e a todas as mães atípicas, que enfrentam uma grande missão, sem abandonar o posto. Mesmo sendo atacadas, a ponto de sangrar, chorar e se sentir exaustas, física e emocionalmente, mas permanecem na posição. Aqui todas as minhas reverências e respeito.
*Ariane Rocha é Graduada em Tecnologia em Gestão de cooperativas (UFRB); Graduanda em Licenciatura em Pedagogia (UFBA); Pós-graduanda em Formação Docente para o EAD (UNINTER) e Pós-graduanda em Neuropsicopedagogia (UNINTER). Contato: Whatsapp (75) 9 8800-2074
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