Tema de redação do Enem deste ano, foi bem avaliado pelo público e por especialistas
Indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, extrativistas, ribeirinhos, ciganos e pertencentes a comunidades de terreiro, entre outros. Essas etnias foram escolhidas como tema da Redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano. “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
Especialistas ouvidas por parte da imprensa e pessoas que usaram as redes sociais, avaliaram como positivo a escolha de uma questão tão necessária de uma atenção social. Mesmo em um período em que o mundo discute a COP 27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), Copa do Mundo e a nível nacional, ainda repercute por aqui, a mudança de governo ocorrida nas eleições de outubro.
O g1 por exemplo, reproduziu depoimentos de várias pessoas que se expressaram através do Twitter e criticaram o tratamento dado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), à essa parte da população brasileira. (clique aqui e confira).
Por sua vez, a Agência Brasil, ouviu profissionais que entendem do assunto. Entre elas, a professora Ana Clara Oliveira, especialista em redação e mestre em literatura indígena pela UnB (Universidade de Brasília). “Mais do que se restringir a esses povos, o tema abrange os desafios que o resto da sociedade tem para valorizá-los”, disse.
Já a professora Luma Dittrich, mestre em Linguística e fundadora do curso de redação @lumaeponto, além de não ficar surpresa com a opção do tema, apontou o que esperar dos alunos. “O Enem não espera que o candidato demonstre conhecimento sobre o tema, mas sim capacidade de leitura e reflexão. Portanto, os candidatos que entenderam sobre o problema que está dentro do tema e argumentaram refletindo sobre ele se deram bem”.
De acordo com pesquisas, entre outras definições, povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, por possuírem formas próprias de organização social, ocupando territórios e usando recursos naturais para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica.
*Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
