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Sotaque é identidade: porque neutralizar a voz pode enfraquecer a comunicação

A especialista em comunicação Alessandra Braga, da All Presentations, defende que o sotaque é parte da identidade e só se torna um problema quando compromete a clareza da mensagem.
 

*Por: Assessoria de Comunicação | Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

 A forma como uma pessoa fala vai muito além da técnica: o sotaque revela origem, história e identidade. Em reflexão baseada em sua experiência em workshops e treinamentos, a especialista em comunicação Alessandra Braga, sócia-fundadora da All Presentations consultoria, especializada em comunicação corporativa e treinamentos de alta performance., defende que neutralizar o sotaque, prática ainda comum em ambientes corporativos, pode enfraquecer a autenticidade e a força da comunicação.

O sotaque é parte da marca pessoal e deve ser compreendido como um elemento de conexão, não como um obstáculo”, afirma Braga. Para ela, pedir para eliminar o sotaque é, muitas vezes, uma tentativa de se adequar a um padrão que ignora a individualidade de quem fala. Em um contexto em que autenticidade é um ativo estratégico, a naturalidade na comunicação se torna cada vez mais valorizada.

Morando em São Paulo há 18 anos, a executiva reconhece que seu próprio sotaque é híbrido, resultado da mistura entre o mineiro e o paulistano. “A percepção da voz muda conforme o contexto e, principalmente, conforme a intenção de comunicação. O ponto central não é apagar traços, mas ter consciência sobre como usá-los, ajustando a expressão sem perder a identidade”, explica.

O sotaque só se torna um problema quando compromete a clareza da mensagem ou vem acompanhado de outros fatores que sabotam a intenção de fala”, pontua a especialista. Nesses casos, segundo ela, o ajuste está na forma de expressão, e não na mudança de identidade.

Ao longo de mais de dez anos de atuação com pessoas de diferentes regiões do Brasil e do mundo, Alessandra observa que a diversidade de sonoridades pode gerar aproximação, curiosidade e admiração. “O preparo técnico e emocional é fundamental para lidar com contextos em que o sotaque ainda desperta preconceitos, garantindo domínio emocional e intencionalidade na fala”, ressalta.

A especialista também alerta para a importância de não depreciar o próprio jeito de falar. “Isso reforça inseguranças e alimenta o preconceito linguístico”, afirma. Para ela, a voz carrega história e identidade, mas precisa estar alinhada à clareza e à intenção.

Sobre a All Presentations: foi criada há 10 anos por Alessandra Braga, mestra em linguística aplicada pela PUC/SP e expert em palestras TED Talks. A empresa é responsável por preparar líderes de alta performance para momentos estratégicos por meio de workshops e palestras in company, além de ensaios individuais para momentos decisivos. Ao longo desses anos, já atendeu 40 das 100 maiores empresas do Brasil. Entre as grandes organizações com as quais trabalhou, estão Bradesco, VLI, Merz, Ericsson inovação, Aramis, Dotz, Moema Wertheimer Arquitetura, Ifood, palestrantes reconhecidos.

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