Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, a inflação é um dos principais fatores para o novo comportamento de consumo
*Por: Assessoria de Comunicação | Foto: Reprodução Divulgação
A alta do custo de vida e o baixo salário mudou o hábito de consumo entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa realizada pela Neogrid, 82% dos entrevistados revelam substituir itens por opções mais baratas para economizar. A resistência em pagar valores acima do usual e a dificuldade em adquirir marcas preferidas também incentivam esse movimento. Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, esse pode ser um reflexo da alta inflação, a sua acumulação em 12 meses foi de 5,35%.
“A renda do brasileiro tem se tornado mais apertada, então sendo mais racionais na hora de gastar. Por isso, há um reflexo na forma de consumo por parte do público em relação às compras de supermercados. Hoje, vemos os consumidores sendo mais cautelosos e estratégicos. As compras por impulso diminuíram e os carrinhos passaram a ser compostos por produtos previamente definidos, seguindo a lista de compras à risca“, explica o especialista.
Não à toa, a pesquisa “Consumo em Tempos de Inflação e Repriorização”, divulgada pela Opinion Box, apontou que 95% dos consumidores notaram aumento nos preços de supermercado nos últimos 12 meses. Já sua perspectiva para o futuro é desanimadora, isso porque 55% acreditam que essa tendência deve continuar.
“Os brasileiros estão cada vez mais atentos ao custo-benefício. Prestam mais atenção nas ofertas especiais promovidas por diferentes redes supermercadistas, além de buscarem por produtos que juntam dois importantes fatores, a qualidade e o preço justo. Dessa forma, não se apegam mais à uma marca específica, dando mais atenção a como seus hábitos podem se refletir em seus bolsos, o que diminui a fidelidade em relação aos itens“, Leandro afirma.
O levantamento feito pela Neogrid também foi responsável por identificar que 73% dos consumidores já consideram certos itens como “mimos”. Entre os principais estão os chocolates (45%) e as bebidas alcoólicas (19%). Já em relação aos produtos que foram substituídos, 63% dos entrevistados afirmaram que voltariam a comprar os produtos abandonados caso os preços retornem ao patamar anterior.
“Uma estratégia que vem ganhando força entre os consumidores brasileiros é a escolha por marcas próprias de supermercados, que geralmente têm preço menor em relação a marcas tradicionais ou populares. Além de oferecerem uma boa qualidade, por serem mais em conta acabam fazendo uma grande diferença no valor final das compras, principalmente para famílias maiores e que consomem mais“, pontua Rosadas.
Entre as categorias mais impactadas por esse novo hábito de consumo entre os brasileiros estão os estão os produtos de limpeza (68,86%), os itens de higiene pessoal (57,06%) e os alimentos e bebidas (53,77%). As carnes e derivados também passaram por substituições, correspondendo a 53,04%, já os cosméticos foram trocados por 29,20% dos consumidores, em últimos lugar do ranking estão os ovos e lácteos, substituídos por 28,71% dos brasileiros.
“Estamos chegando no período de datas comemorativas, com as festas de fim de ano de famílias. Por conta do seu forte simbolismo, pode haver uma dificuldade maior por parte dos consumidores em abdicar os itens populares da época. Por isso, nos próximos meses, essa resistência em consumir itens mais caros pode mudar“, indica o especialista. Prova disso, ainda segundo o estudo feito pelo Neogrid, 60% dos entrevistados pretendem manter as compras em celebrações. Isso porque 51,3% dos participantes afirmaram que continuaram comprando em datas comemorativas, mas com menor gasto, já 24% mantiveram o consumo sem alterações.
Sobre Leandro Rosadas: (@leandrorosadas):Leandro Rosadas é economista, escritor e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ, o carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo. Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de 11 mil proprietários de supermercados Brasil afora. O especialista também é autor de 11 livros, entre eles “Luuuucro” e “Dobre o lucro do seu supermercado”.
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