
O Estado da Bahia produziu 88,5 milhões de dúzias de ovos de galinha em 2024, conforme divulgou a SDA (Secretaria de Desenvolvimento Rural), no final do mês de abril de 2025. Os dados, segundo a secretaria, são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O volume é considerado o maior dos últimos 24 anos.
De acordo com a SDR, esse total do produto “é resultado, em grande parte, do fortalecimento da agricultura familiar, impulsionado pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR)”. O órgão que é vinculado a própria secretaria, afirma ter investido “cerca de R$90 milhões no sistema produtivo da avicultura“.
O investimento, segundo José Orlando, coordenador de avicultura da CAR, abrange desde a criação de galinhas e a construção de galinheiros, até a implantação de entrepostos na Bahia. “Em municípios como Pé de Serra, Capim Grosso, Quixabeira, Nova Fátima, Capela do Alto Alegre, Belo Campo, Poções e Andaraí, quase 100% da produção de ovos provém da agricultura familiar”, afirmou.

Curiosamente, em fevereiro deste ano, levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, revelou que “os preços dos ovos de galinha do tipo extra comercializados no atacado têm registrado altas expressivas de janeiro para fevereiro, alcançando, inclusive, patamares recordes em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de janeiro) em parte das regiões acompanhadas pelo Centro de Pesquisas“.
Naquele mês, ouviam-se muitas reclamações dos consumidores desse alimento, inclusive na Bahia, por conta do aumento nos preços das cartelas do chamados “ovos de granja”, por exemplo. Nos mercados, uma bandeja com 30 unidades que antes custava por volta de R17,00, chegou a ser vendida por R$29,99 em determinados estabelecimentos, como constatou a reportagem do Acesse News, em Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano.
A publicação da SDR, no entanto, não informa se os mais de 88 milhões de dúzias de ovos produzidas na Bahia, também incluem os ovos da galinha de granja. Na postagem, o enfoque é para o investimento na agricultura familiar que contempla produtores rurais. Ou, os ovos da galinha caipira como demonstra o depoimento da agricultora Maria Cristina da Paixão Carvalho, do município de Alagoinhas. “Antes, a gente só pensava em comer a galinha. Hoje, além de consumir, a gente vende a galinha viva ou abatida, temperada, e os ovos também. Isso me dá um recurso extra, me ajuda muito. Com o apoio da CAR, minha produção saltou para cerca de 150 aves e duas placas de ovos por dia”.
