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Instituído o Dia do Candomblé no Brasil: Terreiros comemoram, mas ainda esperam mais respeito e adoração

O Congresso aprovou o Projeto de Lei 14.519/23 que institui o Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. A data será celebrada em 21 de março e coincide com o marco das Nações Unidas para a conscientização pelo Dia Internacional contra a Discriminação Racial. O PL foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no Diário Oficial da União, na última sexta-feira (6).

De acordo com a Agência Câmara, o projeto de autoria do deputado Vicente de Paula da Silva (Vicentinho, PT-SP), indicava que a celebração acontecesse em 30 de setembro. Porém, “a nova data, 21 de março, foi proposta pelo Senado, e coincide com o marco escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para, anualmente, instalar uma rede intercontinental de conscientização pelo Dia Internacional contra a Discriminação Racial“.

Na Bahia, principal reduto brasileiro da religião de Matrizes Africanas, a nova conquista foi bastante comemorada. Mas, no entanto, a Ìyá Márcia d’Ògún, Iyalorixá do Ilê Axé Ewá Olodumare, espera um reconhecimento além dessa ação. “Sabemos que essa é uma ação MUITO SIGNIFICATIVA, mas nós merecemos mais do que isso, precisamos que as leis que já existem sejam executadas quando o nosso povo sofre desrespeito e agressões por conta de racismo e ódio religiosos“, escreveu ela em suas redes sociais.

*Foto: Reprodução/Rede Social

Em contato com o Acesse News, Ìyá Márcia d’Ògún, que é presidente do CMPC (Conselho Municipal de Política Cultural de Salvador), afirmou que a Bahia é, no Brasil, o principal Território de representatividade da religião de Matrizes Africanas e ressaltou sua posição no Conselho: “Sou a primeira mulher a ocupar esse lugar, e além de mulher, sou preta e Ìyalọ̀ríṣá“.

A Iyalorixá do Terreiro de Tradição Ijexá, em Lauro de Freitas, também é doutora Honoris Causa pela Faculdade Formação Brasileira e Internacional de Capelania e Ordem de Capelães do Brasil, coordenadora da Renafro (Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde – Núcleo Lauro de Freitas), membra da Renadir (Rede Nacional da Diversidade Religiosa e do Comitê InterReligioso da Bahia), além de professora aposentada.

Vamos fortalecer as ações e mobilizações do FONSANPOTMA, que é um coletivo que tem mobilizado a sociedade civil, no sentido de pressionar o Legislativo para garantir a aprovação do PL 1279! Esse PL tem 34 artigos e um deles fala do fundo de reparação pro pior crime da humanidade, que foi a escravidão! Além do reconhecimento da nossa cidadania Africana“, conclama.

Recentemente ela bateu um papo com o pessoal do Bahiacast, com quem falou entre outras coisas, sobre a beleza, o significado e o legado do Candomblé. Confira um trecho no vídeo abaixo.

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