Pressionada por consumidores, órgãos reguladores e até pelo próprio presidente Joe Biden, a Samsung começa a permitir que seus clientes nos EUA, façam reparos de seus próprios aparelhos, quando estes apresentarem defeitos.
O anúncio foi feito ontem (31). A empresa revelou que disponibilizará um programa para auxiliar aos usuários e empresas de assistência técnicas, a efetuarem consertos de alguns de seus dispositivos da linha Galaxy. Eles terão acesso a peças, ferramentas e guias visuais de reparos, com o passo a passo para a aprenderem a realizar os serviços.
A Samsung, assim como boa parte dessas empresas de tecnologia, atualmente possui sistema interno de reparos para conserto de seus modelos de aparelhos mais modernos.
Essa notícia foi divulgada pela CNN Business, que informa que esse novo programa estará disponível a partir do verão americano deste ano. Porém, apenas para os seguintes modelos: Galaxy S20 e S21 e do Galaxy Tab S7 +.
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Há informação revela a existência nos Estados Unido da iFixit, uma comunidade de reparos online, a qual já trabalhou com a Motorola num programa de auto-reparo semelhante. E agora, a Samsung também busca essa parceria para a prestação desse serviço.
Segundo a matéria, em novembro passado a Apple, outra empresa que já havia aderido à essa modalidade, anunciou um programa, chamado Self Repair Service. E vai disponibilizar peças como telas, baterias e módulos de câmera, para compra permitirá a qualquer cliente, o acesso a manuais de reparo.
“O programa, que ainda não foi lançado oficialmente, será limitado aos usuários do iPhone 12 e iPhone 13 para começar. A Apple disse anteriormente que o serviço será posteriormente expandido para computadores Mac que usam o novo chip M1 interno da Apple“, diz a publicação.
As duas marcas têm sido muito criticadas por usarem táticas que dificultam o acesso de empresas de reparos independentes, à seus aparelhos para consertá-los, bem como, por “usarem memórias ou baterias não removíveis ou selar dispositivos com cola especial“.
O que dizem as empresas
Em sua defesa, as empresas dizem fazer uso das práticas de proteção, para garantir que os produtos sejam reparados adequadamente por profissionais autorizados.
Para a CNN Business , Kyle Wiens, CEO da iFixit, considerou que atitudes como essa da Samsung seja “parte de uma mudança radical em que os fabricantes estão se movendo para apoiar seu direito de reparar”. E acrescentou: “Prolongar a vida útil dos eletrônicos é essencial para o futuro do planeta, e fornecer aos consumidores opções de auto-reparo é um passo essencial para que isso aconteça“.
De acordo com a reportagem, no verão passado, o presidente Joe Biden pediu para a FTC (Federal Trade Commission), que estabeleça regras que impeçam os fabricantes de impor restrições às oficinas de reparos independentes, a realizarem esses serviços em seus dispositivos e garanta à eles, o “direito ao reparo”.
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Por sua vez, a FTC prometeu eliminar essas restrições que considera ilegais. As informações dão conta de que essa regra, está ganhando força também na Europa.
Por lá, novos “regulamentos podem proibir essa prática e exigir que todos os fabricantes de smartphones disponibilizem peças, ferramentas, manuais de reparo e diagnósticos para reparos fora da garantia para empresas terceirizadas“, enfatiza a postagem da CNN Business.
Ela também ouviu Pedro Pacheco, diretor sênior da empresa de pesquisa de mercado Gartner, que acrescentou. “Em muitos casos, o preço para consertar um smartphone ou computador é próximo, se não mais, de substituí-los todos juntos – uma estratégia que incentiva as pessoas a comprar novos dispositivos em vez de consertá-los”.
Para Pacheco, os consumidores podem se beneficiar dessas mudanças, tendo acesso a informações de como seus dispositivos são consertados, por exemplo. Com isso, podem prolongar a vida útil dos produtos. E na sua visão, “as empresas precisarão atrair os consumidores a trocar ou atualizar smartphones com melhores especificações e outras abordagens“.