
*Por: Ândrea Malcher
A Comissão Executiva Nacional do União Brasil determinou em reunião, nesta quinta-feira, 18, que seus filiados deixem o governo Lula em 24 horas. O partido avisou que aqueles que não cumprirem a determinação poderão ser expulsos.
A legenda possui três ministros na Esplanada: Frederico Siqueira, das Comunicações, que apesar de não ser da legenda é cota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); Celso Sabino (PA), deputado licenciado para o Turismo; e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional e também aliado próximo de Alcolumbre.
Siqueira, no entanto, não esconde seu desejo de prosseguir à frente da pasta, com entregas importantes e estratégicas à frente, como a TV 3.0. Além disso, o ex-ministro Juscelino Filho, que pediu demissão após ser denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostos desvios de emendas parlamentares, costuma estar ao lado do ministro em eventos do setor de telecomunicações. Juscelino retornou ao seu mandato de deputado.
“Todos os filiados do União Brasil […] requeiram a sua imediata exoneração dos cargos públicos de livre nomeação e exoneração e/ou funções de confiança eventualmente ocupados no âmbito da Administração Pública Federal Direta (ministérios) ou Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista)”, diz o comunicado.
De acordo com a sigla, a decisão foi tomada “considerando a necessidade de preservar a independência partidária e a coerência política do União Brasil” e visa “garantir o alinhamento das ações dos filiados com as diretrizes partidárias”.
A equipe do ministro afirmou para Mobile Time que, por não ser filiado, ele vai continuar no ministério. “Ele já falou para o presidente [Lula] que quer cumprir os compromissos de entregas que foram feitas até o final do próximo ano. Principalmente às relacionadas ao Novo PAC, de expansão do 5G, conectividade de escolas e infraestrutura de telecomunicações no Norte.”
A federação União Progressista, composta junto com o PP, anunciou o desembarque no dia 2 de setembro, mas ainda não havia data para quando as renúncias seriam demandadas.
Nos bastidores, já era comentado que por não ser filiado e ter um perfil mais técnico, Siqueira não iria deixar o governo. Siqueira se reuniu em um almoço no Planalto, com Lula, Alcolumbre e Sabino, no dia seguinte ao anúncio da saída, no dia 3 de setembro, para tratar do tema.

*Ândrea Malcher – Mobile Time.
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