O presidente Jair Bolsonaro (PL), falou que a crise econômica que o Brasil enfrenta, é um problema mundial do período pandêmico, mas afirmou haver previsão de investimentos, especialmente em plantação de trigo e produção de energia eólica. Também voltou a defender um valor único para o ICMS (que incide nos preços dos combustíveis) em todo o país. E entre outros assuntos, ele disse não acreditar nas pesquisas que apontam o ex-presidente Lula, à sua frente na disputa pelo Palácio do Planalto nas próximas eleições.
“Eu não acredito em pesquisas. Porque se acreditasse, em 2018 eu não teria nem ido pro segundo turno. Eu perdia pra todo mundo, segundo as pesquisas“, respondeu ele em entrevista de quase 1h à CNN Brasil neste sábado (16), emendando que as pesquisas sempre foram manipuladas.
Em outro trecho, o recém-filiado do PL voltou a falar sobre a desconfiança do voto eletrônico, dizendo esperar que o atual presidente do TSE (Tribunal Superior eleitoral), Luiz Edson Fachin coloque em pauta, uma reunião em que as Forças Armadas, através de seu comando de guerra cibernética, indicam algumas sugestões para a contagem dos votos.
A entrevista aconteceu no Guarujá, litoral de São Paulo, onde o presidente estava passando o feriado de Páscoa.
Whatsapp e liberdade de expressão

Na longa entrevista que abordou várias questões, o presidente alfinetou o Whatsapp (confira aqui a partir do minuto 13) a respeito da nova ferramenta que o aplicativo pretende lançar, para permitir o compartilhamento de mensagens em grupos, com milhares de pessoas ao mesmo tempo.
Porém, para evitar viralização de fake news, a empresa disse que essa função só estará disponível após o segundo turno das eleições aqui do Brasil.
Para Bolsonáro, esse critério terá que ser o mesmo para o mundo inteiro. “Essa última informação agora, que o Whatsapp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, apenas para o Brasil, o disparo [de mensagens] em grupos só poderá ser realizado depois das eleições… ah depois das eleições não vai ter mais fake news? Questionou.
A situação ganhou repercussão, após as informações de que a decisão do Whatsapp em liberar a nova ferramenta no Brasil, lá para o fim do ano, aconteceu após acordo firmado entre o aplicativo e o TSE. “Agora, é inadmissível, inaceitável o acordo. A liberdade de expressão está na Constituição, não vai ser um acordo no TSE que o Whatsapp vai fazer e vai impor à toda população brasileira“.
O presidente revelou ter solicitado ao seu ministro das Comunicações, uma reunião com o Whatsapp para tratar do assunto. “Já conversei com o Fábio Faria [ministro], vou conversar com representantes do WhatsApp aqui no Brasil para explicar. Se ele pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por quê não?”.

Apesar de não ser simpático à boa parte dos veículos de comunicação do país, o pré-candidato à reeleição, defendeu a liberdade de expressão da imprensa… “a liberdade de expressão de vocês da imprensa, tem que ter. Não existe ninguém mais do que eu que é atacado, quase qu 24h por dia. E não é por isso que eu deva cercear [a imprensa], se eu achar que vocês fizeram algo errado contra mim, eu entro na justiça…”, disse ele.