Um jovem negro passou seis dias na cadeia, em Nevada, nos Estados Unidos, ao ser preso pela polícia que o abordou durante um uma blitz, em janeiro de 2020. Na ação, Shane Lee Brown, de 25 anos, não portava carteira de motorista, mas segundo informações, apresentou seu cartão de seguro social.
Na abordagem, a polícia constatou haver um mandado de prisão contra Shane Neal Brown, 49 anos de idade, que estava foragido. Sem as devidas checagens, acabou confundindo e prendendo o rapaz, 24 anos mais jovem, apenas pela semelhança dos nomes.
Ao ser comprovado o erro, o juiz Joe Hardy Jr, do 8ª Tribunal Distrital Judicial no Condado de Clark, liberou Lee, depois de ficar preso por seis dias em duas jurisdições da área de Las Vegas: no Centro de Detenção Henderson e no Centro de Detenção do Condado de Clark, conforme consta do Processo, como noticiou a CNN.
Agora, Shane Lee, pede uma indenização ao estado, no valor de US$ 500.000, algo em torno de R$ 2,7 milhões, por danos.
Por sua vez, Neal Brown, foi preso em Needles, Califórnia, dois dias após a blitz que colocou Lee Brown na cadeia. De acordo com o Departamento do Xerife do Condado de San Bernardino, Neal foi preso, em 10 de janeiro. E mesmo assim, segundo consta, Lee continuou detido.
Controvérsia
Para a CNN, (clique aqui e confira a matéria completa) o Departamento de Polícia de Henderson, disse que a “abordagem [a Shane Lee Brown] foi uma parada de trânsito de rotina por dirigir um veículo não registrado“.
E informou que Lee Brown foi “corretamente preso pela polícia de Henderson por dirigir com a carteira suspensa e por desacato ao tribunal, falta de pagamento de mandado emitido pelo Tribunal Municipal de Henderson”.
Também para a CNN, o jovem Lee Brown afirmou que tentou avisar para a polícia, haver falha em sua prisão. “Parecia que cada palavra que eu dizia estava caindo em ouvidos surdos. Ninguém me deu a hora do dia, ou mesmo ouviu o que eu estava tentando explicar a eles”, disse.
O defensor público, Shannon Phenix, responsável pelo caso de Neal Brown, contou para a CNN que nem foi notificado de que uma prisão havia sido feita no seu caso, porque Lee Brown foi registrado com um número de identificação separado. “O que é uma preocupação porque significa que a prisão sabia que não era a mesma pessoa, porque eles [os agentes] tiraram impressões digitais, mas ainda o mantinham preso no mandado”.
Segundo Phenix, Lee Brown não conseguiu ver um juiz dentro de 48 horas, conforme exige a lei, já que o homem com quem ele foi confundido, tinha um caso em andamento.
A CNN disse ter entrado em contato com o Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, mas se recusou a comentar os litígios pendentes.
O advogado E. Brent Bryson, que agora representa Lee, disse que a polícia falhou com seu cliente. “A lei diz que (isso) chega a um nível de indiferença deliberada e foi isso que aconteceu aqui. Eles simplesmente não se importaram. Eles simplesmente não fizeram nada.”