
*Foto: Reprodução/Divulgação
Apesar de ainda estar-se vivendo em um cenário de pandemia, no geral, a ExpoCruz 2021, foi aprovada pelos expositores entrevistados pelo Acesse News. Muitos disseram ter feito bons negócios no período, enquanto todos, reclamaram sobre a data escolhida para o evento. Ou seja, entre os pontos fortes, destacaram terem alcançado os objetivos. Já em relação aos pontos fracos, uma questão teve unanimidade na observação: teriam vendidos mais, se o evento tivesse acontecido nos primeiros dias do mês.
Realizada pela prefeitura de Cruz das Almas, no Recôncavo da Bahia, através da Seama (Secretária de Agricultura e Meio Ambiente), a exposição que começou na última quarta-feira (20) e finalizou ontem (24), atraiu o público local e de cidades da região, oportunizou os expositores fazerem negócios e movimentou a economia do município.
No último dia, o Acesse News visitou vários stands e conversou com expositores para saber sobre o saldo obtido por eles durante os cinco dias da feira.
O que disseram os expositores

Pra o senhor Venâncio Pereira Dias, dono do stand Horto do Venâncio, expositor desde que a feira levava outra nomenclatura (ExpoFlores), o evento foi aprovado, mas disse ter sentido a falta da visita dos organizadores aos stands. Ele é um dos que indicam a mudança da data para o início do mês.
A empresária mangabeirense, Jaqueline Macena Pereira, proprietária da Agroroça, gostou da movimentação em seu stand, o que proporcionou a divulgação de sua marca para diversos públicos da região.
Também em sua avaliação, os organizadores se equivocaram um pouco quanto ao período da festa. “Eu deixo uma observação para a organização, para que essa feira seja realizada no início do mês, entre os dias 5 e 10. Porque pra todos nós, lojistas e consumidores, é uma data mais favorável para o poder de compra girar“, sugeriu Pereira.
Sobre sua loja, localizada na Avenida Getúlio Vargas, a empresária revelou ter uma diversidade de produtos e consegue oferecer para os clientes, alguns diferenciais, tanto no atendimento, quanto na precificação. “O nosso diferencial é que a gente vem trazendo a novidade de atacado para a cidade. Hoje nós temos preços que conseguimos atender os lojistas que têm seu negócio, podem comprar para revender“, disse ela, indicando haver na loja, profissionais qualificados para orientar os clientes sobre a compra, manuseio e plantio dos itens. Entre esses orientadores, uma veterinária fica de plantão aos sábados.
Também aos sábados, acontecem os ‘feirões’ da Agroroça, onde os clientes compram diversos produtos em ofertas.
Um dos símbolos principais da ExpoCruz, a Agricultura Familiar, trouxe vários produtores rurais, organizados em associações, para exporem e comercializarem seus produtos. Oportunizando fazerem negócios e trocarem experiências.
Entre esses produtores, estava o senhor José Carlos Pires (Michael), representante da Associação do Combê, Tintureiro e Tuá.

“Me impressionei com a festa. Estão de parabéns os organizadores, o prefeito e todos os envolvidos. Agora [na minha opinião] faltou um pouco mais de banners [espalhados pela feira] divulgando a parte rural, a parte da agricultura… precisava explorar [nas próximas edições] mais isso. A festa precisa ser numa data [começo do mês] que o pessoal passa ter mais poder de compra. A gente via muitas pessoas olhando [os produtos] mas não compravam, certamente devido a data do mês…”. Na avaliação de Michael, os horários dos shows, prejudicaram os expositores. “No momento que ligava o som para começar a atração, a gente perdia venda [porque o público ia para o show], principalmente nós da agricultor que ficamos numa área longe do palco“.
As artesãs, Cleria Alves, proprietária da Mulher Virtuosa e Jucilene Souza, do Cantinho do Artesanato experientes desde as edições anteriores, foram unanimes em relação à realização do evento no início do mês. Mas gostaram do evento. “Foi bom para os artesões, bom pra cidade, bom para o comércio e para as pessoas. Eu vendi, recebi encomendas. Agora, acho que faltou os organizadores trazerem mais pessoas para conhecer o artesanato“, falou dona Cleria.
“Eu trabalho com artesanato há 18 anos, eu e minha mãe, Jucélia. A gente confecciona, bonecas, garrafas decoradas, peso de portas, pinturas, porta-toalha, etc, somos mãos abençoadas, graças a Deus. Sobre essa edição [da ExpoCruz], ocorreu tudo bem, apesar da pandemia. Quando a gente expõe numa feira [como essa] não é só pra vender, é também para fazer novos contatos. E a cada encomenda que entrego, não entrego encomendas… entrego sonhos“, disse a dona do Cantinho do Artesananto.
Sobre a data

Após entrevistar os expositores e constatar que a data da ExpoCruz foi o fator que desagradou a todos, o Acesse News entrou em contato com o secretário da Agricultura e Meio Ambiente), Leone Ricardo, organizador do evento, para falar sobre o assunto.
Pelo whatsapp, o secretário disse que por conta da pandemia, não foi possível haver uma antecipação da data. Para ele, o ideal teria sido a feira ter acontecido entre o fim do mês de setembro e início de outubro.
“Sobre a data, só tínhamos essa data porque por questão da pandemia, a gente não pôde antecipar. O ideal seria se fosse no começo desse mês… final de setembro ao início de outubro, mas não daria tempo de organizar, pelas incertezas. Para organizar um evento como foi feito esses dias aqui na cidade, não é em cima da hora. A gente precisa ter um tempo hábil pra isso, um tempo pra poder fazer… então, no início do ano ainda tínhamos incertezas com relação a pandemia e por isso, não havia possibilidade. Mas, estamos atentos à isso” ressaltou Ricardo, acrescentando que se tivesse agendado para início de novembro muita gente estará viajando por causa do feriado e começo de dezembro, as pessoas já estarão se preparando para o Natal.
O secretário também informou ainda não disponibilizar de outros dados solicitados por nossa reportagem, por estar ainda em fase de processamento.
Dê um play e confira a íntegra da fala do secretário…
*Matéria atualizada as 9:45