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Serra do Aporá no Recôncavo Baiano: práticas religiosas, lazer e contemplação paisagística

*Por: Prof. Janio Roque

Chamamos de serras as cristas residuais escarpadas, agrupadas ou não, arredondadas ou recortadas, que destoam no campo visual do observador/observadora mesmo à distância. Vistas de longe parecem ser azuis. Observadas de perto, nota-se que sua cor pode variar sazonalmente: diferentes tons de verde no período de chuvas, entremeados pelas cores acinzentadas dos afloramentos rochosos ou dos solos, que podem apresentar tons de amarelados a depender da composição ou tipologia.

A Serra do Aporá, que significa “morro isolado” em tupi, (na zona rural de Cabaceiras no Paraguaçu, na região do Recôncavo baiano) é uma imponente forma de relevo, que se constitui em um referente geográfico destoante do local. No topo dessa crista residual, pode-se ver, olhando no sentido leste (em direção a cidade de Cruz das Almas), que a vegetação é mais verde. Ao voltar nosso campo visual no sentido oeste (na direção da cidade de Cabaceiras do Paraguaçu), nota-se que a vegetação vai se tornando mais seca e esparsa. – Trata-se, portanto, de uma área de interface fitogeográfica que se esboça visualmente (veja imagens no final do texto).

Nesse conjunto paisagístico nota-se um outro elemento destoante, que também pode ser visto claramente do topo da serra: o rio Paraguaçu, que nasce na Chapada Diamantina, região central da Bahia, atravessa parte do semiárido baiano e deságua na Baía de Todos os Santos, transitando por uma área de climas tropical sub-úmido e úmido do Recôncavo. O espelho d’água se projeta visualmente sobretudo por causa do barramento de Pedra do Cavalo.

Religiosidade e lazer: no dia 8 de dezembro, data na qual os católicos prestam homenagens a Nossa Senhora da Conceição em vários municípios nordestinos, tradicionalmente, dezenas de pessoas sobem em procissão a Serra do Aporá. São pessoas de diferentes idades e com diferentes níveis de fé. Há aqueles/aquelas que consideram essa subida uma prática devocional. No entanto, muitos vão apenas pelo lazer, por curiosidade ou porque consideram a escalada ao aclive por um trajeto sinuoso e pedregoso, uma prática mais esportiva e lúdica do que uma manifestação de natureza religiosa.

Confira aí imagens da Serra…

*Janio Roque Barros de Castro é graduado em Geografia pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana); Mestre em Geografia e Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e Professor Titular da UNEB (Universidade do Estado da Bahia). Siga-o nas redes sociais @janioroquecastro.

*Conteúdos assinados são de responsabilidade dos próprios autores e das autoras.

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