Comissão de Espadeiros de Cruz das Almas, visita fabricantes de fogos de artifícios de Estância (SE), para troca de ideias; parte 1
Compartilhamento de ideias e troca de experiência, marcaram o encontro entre membros da comissão dos fazedores de espadas de fogo de Cruz das Almas, na Bahia, com integrantes da Associação dos Fogueteiros e Barqueiros e representantes da Cultura do município de Estância, em Sergipe, na manhã desta terça-feira (2), na cidade sergipana.
A comissão cruzalmense que viajou foi formada por oito representantes, liderados por Cléo Rocha (presidente da Associação dos Espadeiros) e Paulinho Policial (vereador, um dos autores da Audiência Pública) que retomou a discussão do tema na cidade. O bate-papo aconteceu na sede da Associação dos Fogueteiros de Estância, onde foram recepcionados por Adenilson da Conceição (Crid Fogueteiro), José Dionísio (Dió, presidente da associação), Wesley Nascimento (historiador e e diretor de Turismo) e João Luiz (diretor de Cultura).
Em Estância, acontece no período junino, as tradicionais queimas de buscapé (artefato similar a espada de fogo) e corrida do “Barco de Fogo”, que são embarcações criativas, feitas de madeira e papelão, recheadas de pólvora, medindo em média 1m de comprimento por 1m de largura e que são presas em um longo varal de arame, para ser acendido e divertir os espectadores. Por conta desse último artefato, o município recebeu o título de “Capital Brasileira do Barco de Fogo“.
A visita foi para fazer comparações entre essas tradições dos dois municípios, e traçar alternativa que ajude os fazedores de espadas de Cruz das Almas, na regulamentação do fabrico e queima de seus artefatos, que há mais de 12 anos, são proibidos pelo Ministério Público.
Na cidade sergipana, que embora as atividades do fabrico e tocada do buscapé, por exemplo, se assemelham ao da espada de Cruz das Almas, foi observado que as regras das leis impostas pelas autoridades, são distintas. Em Estância, com base em Decreto da Câmara de Vereadores, foram determinados os locais e horário para a tocadas desses fogos. Em Cruz, ainda se busca entendimento para acabar com a proibição.
Por lá, apenas a Rua Nova e Rua do Porto de Areia, são liberadas para tocadas avulsas ou exclusivas para os representantes da associação (em determinadas noites, durante os festejos que duram um mês). Além dessas duas áreas, existe um espaço criado há 29 anos, chamado Buscapezódromo (uma espécie de arena feita de estrutura de ferro, cercada com alambrados na frente, fundo, na lateral da parte do público e no teto), liberada para todos, (Foto: Acesse News).
Ao lado da arena, também é montada outra estrutura para queima dos barcos de fogo, que atualmente virou um concurso, com premiações para os vencedores. O detalhe é que para cumprir o Decreto, tanto o buscapé, quanto os barcos, só podem ser tocados a partir das 18h.
A arena e o espaço dos barcos, possuem arquibancada para o público e ficam ao lado do espaço onde acontecem os shows das atrações do forró. A festa da cidade, acontece de 31 de maio a 30 de junho.
No município visitado, além de terem acesso aos critérios usados pelos fogueteiros, sobre a fabricação, locais e horário da queima dos fogos de artifícios, os cruzalmenses também fizeram uma visita ao Memorial da Cultura e ao Buscapezódromo. Eles ainda receberam cópias da documentação que autoriza os fogueteiros a usarem o espaço público. – Essa matéria terá sequência.
Confira aí um vídeo do encontro.