
De forma inédita, um indígena assume um cadeira na ABL (Academia Brasileira de Letras (ABL). Ailton Krenak, escritor, filósofo e ativista, se tornou o mais novo imortal, após ser eleito nesta quinta-feira (5), por 23 votos.
Krenak disse ter ficado surpreso com sua eleição. “Eu fiquei muito surpreso com a minha admissão neste lugar que, historicamente, nunca se abriu para a diversidade das culturas dos povos originários”, confesou ele para a Agência Brasil.
Mineiro de Itabirinha, região do Vale do Rio Doce, o novo acadêmico também destacou o papel da ABL. “A academia é uma instituição da lusofonia, da língua portuguesa, ela vigia o bom desenvolvimento da língua portuguesa. O Brasil é um país colonizado onde eu nasci, onde outros parentes nasceram de várias etnias”.
Segundo as informações, Ailton Krenak ficou sabendo da escolha do seu nome, enquanto viajava de taxi, ao receber uma ligação do presdente da ABL, Merval Pereira.
“Isso não é brincadeira, é como se a academia tivesse se abrindo para uma multiplicidade de diálogos que implicaria traduzir os textos para dezenas de línguas nativas”, enfatizou ele.
A indígena e artista visual Daiara Tukano, disse esperar seus povos estarem mais representados na ABL, a partir de novas sementes a serem espalhada por Krenark. “Ele está espalhando sementes que conseguem segurar a terra no seu lugar, que nos permitem pensar em outros futuros“, ressaltou ela. Confira detalhes da publicaçao, clicando aqui.