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Debates para a regulamentação das espadas de fogo em Cruz das Almas, teve segunda reunião, porém, com algumas ausências importantes

*Matéria atualizada às 9h05min

Parte de uma Comissão, formada a partir da Audiência Pública realizada em junho deste ano, para discutir e buscar a regulamentação sobre o fabrico e queima da espada de fogo, em Cruz das Almas, no Recôncavo da Bahia, se reuniu pela segunda vez, na Câmara de Vereadores, na noite desta terça-feira (3), para alinhar os debates e traçar um plano de ação, em conjundo com autoridades e a sociedade organizada, visando adequar e legalizar, para manter viva a tradição desse espetáculo pirotécnico, no município.

A ideia, segundo os organizadores, é encontrar uma solução satisfatatória tanto os ‘espadeiros’, quanto para os moradores da cidade. A bitolagem do fabrico e locais específicos para a queima desse tido fogo de artifício, no período junino, estão no centro dos debates.

O objetivo é evitar que pessoas continuem sofrendo mutilações, traumatismos e até mortas, ao serem atigidas por artefados pesados e violentos, como alguns são feitos atualmente.

A audiência proposta pelos vereadores Thiago Chagas (presidente do Legislativo) e Paulinho Policial, ambos do PSD, surgiu depois de uma ação polêmica da PM (Polícia Militar), na madrugada de 1º de junho, para tentar dispersar grupos de espadeiros que estavam tocando o artefato proibido, na Rua Ruy Barbosa (antiga Rua da Estação), próximo a Rua Rio Brando (Estrada de Ferro), onde havia uma multidão paraticipando da “Alvorada da Rio Branco“, festa que anuncia a chegada do São João, na cidade.

Na ocasião, policiais foram acusados de usar bombas lacrimogêneas (gás de pimenta), contra os espadeiros, porém, atingiu também pessoas que retornavam do evento e aquelas que estavam em suas residências, nas imediações do ocorrido. A PM se defende dizendo ter reagido dentro da normalidade, ao ter suas viaruras atacadas por tocadores do fogo de artifício.

Entre a indignação dos espadeiros, está o fato de serem tachado como marginais. “Me doi ser tachado como marginal. Eu saiu em meu carro, com medo da polícia“, desabafou um fabricante do artefato, presente na reunião.

Estiveram presentes no encontro desta terça-feira, o vereador Paulinho Policial; o presidente da associação dos espadeiros, Cléo Rocha; o Capitão PM Edson, subcomandante da 27ª CIPM; o vice-presidente da CDL, Agnaldo Viana; o representante do Poder Executivo, Eurícles Neto; fabricantes e admiradores das espadas de fogo, e os portais Acesse News e Forte no Recôncavo.

Os demais vereadores cruzalmenses, a Polícia Civil e a Promotoria Pública, não compareceram. “Enviamos ofícios para todos da comissão, convidando para a reunião, mas não compareceram“, disse Paulinho Policial. Outra reunião foi agendada para o próximo dia 17.

A gente pretende ir à Estância [cidade sergipana onde há uma de ‘tocada’ organizada e legalizada das espadas] ainda este ano, para entender como funciona o modelo que existe por lá e tentar implantar aqui“, disse o presidente da associação dos espadeiros cruzalmense (Foto: Marcelo Santos/Forte no Recôncavo).

Por sua vez, Eurícles Neto garantiu que a prefeitura disponibilizará para os espadeiros legalizados, uma espécie de galpão para a fabricação e armazenamento dos fogos.

Segundo o vice-presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), antes da proibição oficial em 2011, pelo TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia), após ação movida pelo MP (Ministério Público), o referido fogo de artifício, contribuia bastante para o aquecimento da economia do município, com a compra dos materiais nas lojas para seu fabico e depois, com a venda do produto pronto para os tocadores locais e de outras partes da Bahia. “Chegava a representar o 13º e o 14º salário para os fabricantes dessas espadas“, argumentou Agnaldo.

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