A rede de lojas Casas Bahia, anunciou que fechará cerca de 100 unidades, representando demissões de colaboradores, nos próximos dias. Trata-se de um plano de recuperação da companhia, que prevê a redução de até R$ 1 bilhão em estoques ainda este ano.
No último balanço a Via (VIIA3), dona da marca, revelou que neste segundo trimestre o prejuízo chegou a R$492 milhões e o grupo acumula uma dívida de R$5,479 bilhões.
As informações foram publicadas neste domingo (27), pelo Uol. Segundo o portal, o “endividamento da empresa começou na pandemia“.
Para garantir o funcionamento da empresa no período, “a Via chegou a fazer empréstimos com juros a 2% ao ano. Mas, de janeiro de 2021 a agosto de 2022, houve uma escalada da taxa de juros, que chegaram a 13,75% em 2023“, diz a matéria.
O portal informa ter ouvido especialistas que atestam o impacto da inflação e juros altos no mercado varejista. Fatores esses, que afetaram as vendas em lojas como Casas Bahia, por exemplo.
“Com a inflação, a renda real das famílias caiu, o que diminuiu o consumo. A taxa de juros alta, para conter a inflação, prejudica o crédito“, afirmou ao Uol, Claudio Felisoni, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo) e professor da FIA Business School.
– Numa avaliação mais ampla, os recentes escândalos envolvendo os fundadores da gigante brasileira do varejo, também pode ter contribuído para a crise.
Para salvar a empresa, o grupo que também conta com outras marcas como Extra e Ponto, anunciou que já demitiu mais de 5 mil colaboradores no primeiro semestre deste ano. E promete que haverá mais cortes, até o fim de 2023.
A publicação diz que o nível de investimento do grupo este ano deve ser 40% menor que o de 2022. “Com a implementação das mudanças operacionais, a companhia estima poder gerar R$ 1 bilhão em lucro líquido antes de imposto de renda, embora não haja previsão de quando. A empresa também anunciou uma alteração na forma de captação para financiar o crediário“, destaca.
Lidiane Bastos (especialista em gestão varejista), também ouvido pelo Uol, explica que o marketplace, poderá ser uma saída para a empresa superar a queda das vendas em pontos físicos. “Com as vendas em declínio nas lojas físicas, podemos observar o aumento de 9% no seu marketplace, o que vai ao encontro do planejamento de redução de lojas e foco no marketplace da Via“.
Falência. Apesar da crise, o(a)s profissionais ouvidos pelo portal dizem não haver risco de falência da gigante. Confira a matéria completa clicando aqui.