Energia eólica: melhoria para o meio ambiente ou drama para quem reside próximo das torres? O que dizem especialistas

Projeto do governo federal, pretende ampliar investimento na geração de energia renovável. Informações na imprensa indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende investir dezenas de bilhões de reais na produção de energia eólica no país. Por sua vez, a Bahia aparece como líder nesse ranking, desde 2022.
Em estado como Pernambuco, por exemplo, mais precisamente no município de Caetés, moradores da zona rural que tiveram a instalação de torres em suas propriedades, estão reclamando sobre um problema que a mudança do sistema está causando para saúde das famílias.
“Esse vídeo caseiro gravado por uma moradora em julho deste ano, dá uma ideia do ruído constante enfrentado pela comunidade“, diz o repórter Leandro Machado, da BBC News Brasil, ao reproduzir imagens feitas por uma moradora do local. “A gente vivia com muita tranquilidade, exercendo a agricultura familiar, a minha propriedade era considerada referência… Com a chegada dos parques eólicos, isso acabou. A gente deixou de receber visitas, a gente deixou de produzir e ultimamente tive que me afastar da propriedade porque a [minha] mulher teve um problema sério de saúde. Entrou numa depressão, um estado de nervo, uma ansiedade. Aí um dia ela olhou pra mim e disse: você vai esperar que eu morra, para poder me tirar daqui? Aí eu não tive escolha…”, desabafou o senhor Simão Salgado.

A reportagem constatou que apesar de a geração eólica representar ganhos para o sistema energético do pais e para o meio ambiente, pelo menos, os aerogeradores instaladas anos atrás, na região onde Lula nasceu, vem deixando sequelas nos habitantes.
Especialistas também foram ouvidas pela BBC News. Wanessa Gomes, professora da Universidade de Pernambuco, disse haver estudos canadense e chinês, que comprovam os impactos causados pelos ruídos das torres, na saúde das pessoas. Já Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, explicou que os parques em questão, foram construídos, seguindo um modelo regulatório antigo, diferente do atual e defendeu o novo modelo energético, afirmando que os aerogeradores modernos além de serem menos barulhentos, respeitam um distanciamento maior das residências.
Confira os detalhes no vídeo.