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De harmonização facial a desarmonização: procedimentos estéticos viram vícios e se tornam assunto para reversão

Em um país em que a cultura dos padrões são incentivados, os procedimentos estéticos tornaram-se comuns. Na pesquisa realizada pela Sociedade Internacional da Cirurgia Plástica (ISAPS), divulgada esse ano, o Brasil se encontra em segundo lugar no ranking internacional de cirurgias plásticas, ficando para trás apenas dos Estados Unidos. 

Entre os maiores atrativos utilizados no  incentivo a plástica, estão os filtro, disponibilizados nas redes sociais. Na pandemia no ano de 2020, com o aumento da utilização das ferramentas digitais (vídeos, videochamadas, lives), dentre toda essa exposição a câmeras e telas, o uso de filtros foi enraizado e normalizados ainda mais. 

A cantora Luiza Sonza, repercutiu muito ao aparecer com mudanças no rosto. Nota-se a diferença no seu antes e depois, sendo vítima de ataques dos internautas, por aparentar exagerado os procedimentos estéticos. 

O maior intuito desses efeitos é trazer a simetria para os rostos, e só assim, alcançará a perfeição estereotipada. Inicialmente essas manipulações eram mais usadas nas produções de revistas como forma de capitalizar, para “consertar” as imagens de modelos e retirar qualquer traço intitulado como imperfeito. 

Atualmente tem sido naturalizado a utilização de ferramentas que façam isso de maneira fácil e rápida. Com a era do imediatismo, tudo se tornou adaptável ao alcance de grande parte dos usuários. 

O que vem assustando é a forma como isso tem afetado a população. Cada vez mais os filtros têm  saído das telas e sendo implantados na vida real. Inclusive, as proporções saíram do controle e ultrapassaram limites para se obter o rosto simétrico e tido como perfeito. As plásticas se tornaram vícios exagerados e os resultados começaram a assustar. Maxilar marcado, preenchimento labial, rinoplastia e aumento de mamas, são as cirurgias mais realizadas. Táticas principalmente de famosos que com tanta visibilidade, tornaram-se inspiração para anônimos. 

Recentemente o ator Stênio Garcia, de 91 anos, também apareceu transformado, após uma harmonização facial.

Acontece que em 2023, essa febre viralizou e começou a receber muitas críticas. Isso porque os exageros estavam causando deformações e assustando com a proporção que estava se tomando. Os rostos reais não mais estavam sendo reconhecidos. E a partir disso, começou a procura por reversão dos procedimentos realizados. Outro motivo para isso também, foi que nem todos ficaram satisfeitos com os resultados. 

O que estar-se vendo agora, são alguns famosos que voltaram com seus rosto mais naturais. 

A atriz Flávia Pavanelli é um claro exemplo. Após receber críticas de seus internautas, diante de sua aparição em um vídeo, Flávia decidiu passar pelo processo de reversão,  naturalizando todo o procedimento que tinha implantado. O seu antes e depois mostra a diferença, e o quanto a identidade visual do seu rosto tinha se perdido em meio a procedimentos. 

Dessa forma, algumas cirurgias plásticas demoram em torno de algum tempo para diminuir o efeito. Já em outros casos, é necessário fazer novos procedimentos para reversão na tentativa de voltar ao mais natural possível. Por isso é importante que se tenha cautela para não torna-se exagero, e a escolha de um profissional competente para atuação, faz toda a diferença, preservando a identidade visual e principalmente a saúde.

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*Camila da Silva de Souza (@cs.camila), é estudante de jornalismo, cursando o terceiro semestre pela UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – campus Cachoeira). Em colaboração para o Acesse News.

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