“Com as necessárias escusas, informamos que normativos nacionais brasileiros impossibilitam a concretização de recebimento de presentes de elevado valor, por autoridades públicas, ainda que utilizadas apenas para demonstração de respeito e da possibilidade de convergência de interesses em ações conjuntas de interesse recíproco”, esse foi o pedido de desculpas enviado à embaixada saudita no Brasil, pelo chefe de gabinete do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Pedro Guerra, para devolver uma estátua em forma de camelo recebida pelo vice-presidente da Republica e ministro Geraldo Alckmin, como presente governo da Arábia, nesta segunda-feira (31).
O presente havia sido entregue a Alckmin pelo ministro de investimento da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, durante ‘Fórum de Negócios de Brasil e o País Árabe’, realizado nesta segunda, em São Paulo.
Segundo a assessoria da Vice-Presidência da República, a devolução ocorreu “por vontade e orientação” do vice-presidente. A informação foi divulgada pelo g1.
De acordo com o portal, o chefe de gabinete destacou que o encontro dos dois ministros “visava fortalecer laços de comércio e investimentos e que o objetivo principal foi cumprido com a assinatura de 26 memorandos de entendimento entre empresas e o ministério saudita“.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda), também ganhou uma cortesia das mãos do mesmo representante Árabe. Ele foi contemplado com uma onça dourada, quando o recebeu na sede do ministério em São Paulo, para explicar os pontos do Plano de Transição Ecológica do governo brasileiro ao país saudita, que demonstrou interesse em investir no setor (Foto: Ascom/MF).
Por sua vez, Haddad foi orientado pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a fazer a devolução. “Caso o governo saudita queira reenviar o presente, será necessário cumprir os trâmites exigidos pela legislação brasileira“, diz trecho do comunicado, publicado pela Agência Brasil.
“Por causa da entrega de presentes da Arábia Saudita e de países vizinhos sem declaração à Receita Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro está sob investigação. Em abril, a defesa de Bolsonaro devolveu três kits de joias recebidos do governo saudita em 2019. Os objetos estão em poder da Caixa Econômica Federal“, lembrou a Agência.