Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023: como a busca pela equidade do uniforme traz a representatividade no vestuário
*Por: Camila Souza
Para alcançar espaço na sociedade, as mulheres sempre tiveram que lutar, e isso não é segredo para ninguém. Sendo assim, não poderia ser diferente no futebol. Foi somente em 1981 que ocorreu o primeiro time formado por uma seleção feminina, denominado de “Esporte Clube Radar“.
As dificuldades de visibilidade e a falta de apoio financeiro, no entanto, foram ficando cada vez mais evidentes. Em 2007, ao chegarem próximo a serem campeãs do título, se reuniram e ao final do jogo abriram um cartaz com a seguinte reivindicação aos seus direitos: “Brasil precisamos de apoio“.
As questões de falta de visibilidade e reconhecimento, englobam as limitações nos seus uniformes. Até o ano de 2019, não se tinha uma vestimenta específica para a modelagem feminina. Mas após o anúncio de que seriam exibidos a cobertura completa dos jogos, foram providenciados alguns uniformes específicos para a seleção das mulheres.
O primeiro modelo foi marcado pela representação da mulher em campo, tendo na gola da camisa escrito “Mulheres guerreiras do Brasil“. Daí em diante, foram feitas de outros modos e algumas adaptações.
Inicialmente as camisas eram muito largas e ficavam gigantescas nos corpos das mulheres, tendo que mudar o tamanho. Outra adaptação, foi nas 5 estrelas que continuavam na camisa, mas por serem conquista da seleção masculina, foram descartadas por opção das jogadoras. Sendo retiradas da blusa feminina, com o intuito de representar a força delas ao irem em busca das suas próprias estrelas.
Ao analisar o traje feminino, notam-se mudanças marcadas pela luta da representação. O uniforme é a maneira de registrar o legado não só das jogadoras, mas também de todas as mulheres que lutam por seus espaços na sociedade.
Cada detalhe da camisa traz traços de conquistas. Desde a frase utilizada como incentivo, até o reconhecimento das retiradas das estrelas conquistadas pelos homens, para dar espaço às suas próprias.
Afinal, não são só as estrelas masculinas que saem de cena, mas a representação das mulheres que entram em campo, vestindo a força em forma de uniformização.
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*Camila da Silva de Souza (@cs.camila), é estudante de jornalismo, cursando o segundo semestre pela UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – campus Cachoeira). Em colaboração para o Acesse News.
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