Uma fazenda perto dos Alpes, no norte da Itália, mantem milhões de grilos armazenando em contêineres, para serem transformados comida. “O processo é simples: são congelados, fervidos, secos e depois pulverizados“, relata matéria publicada nesta sexta-feira (14), pela BBC Brasil.
O Acesse News fez um compilação da publicação e traz aqui para você.
No terra da pizza, a reportagem BBC visitou a fazenda Cricket Farm, considerada a maior produtora de insetos do país. Por lá, diariamente um milhão de grilos são transformados em ingredientes para alimentação.
O administrador da fazenda Ivan Albano, chegou a mostrar um recipiente contendo uma farinha (marrom clara), usada na produção de massas, pães, panquecas, barrinhas energéticas – e até isotônicos.
As informações são de quê, desde o início deste ano, depois que a UE (União Europeia), aprovou a venda de insetos para consumo humano, criou-se uma expectativa sobre se haverá mudança no habito alimentar dos europeus.
Porém, de acordo com a publicação, a maioria dos italianos ainda são resistentes a se alimentar de insetos. Dados da YouGov, empresa global de opinião pública revelam que “as objeções vêm de cima – o governo já tomou medidas para proibir seu uso em pizzas e massas“. No Facebook, o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini escreveu: “vamos nos opor, por qualquer meio e em qualquer lugar, a essa loucura que empobrece nossa agricultura e nossa cultura”.
Apesar disso, constatou-se que alguns produtores italianos vêm aperfeiçoando massas, pizzas e lanches de grilo.
“O que fazemos aqui é muito sustentável“, diz o administrador Ivan. Segundo ele, “para produzir um quilo de pó de grilo, usamos apenas cerca de 12 litros de água”, ao lembrar que para produzir a mesma quantidade de proteína de vaca, por exemplo, gasta-se milhares de litros de água.
“Comer grilos, formigas e vermes é comum em partes do mundo há milhares de anos“, relata a BBC.
Cientistas que observam a poluição ambiental causada pela indústria de carne e laticínio, consideram que o consumo de insetos possa ser uma solução para combater as mudanças climáticas.
A BBC encontrou o chef Simone Loddo, em um restaurante perto de Turim, que adaptou sua receita quase milenar e agora, a massa contém 15% de pó de grilo. “Além do sabor, o pó de grilo é um alimento repleto de vitaminas, fibras, minerais e aminoácidos. Um prato contém mais fontes de ferro e magnésio, por exemplo, do que um bife normal“, acrescenta a reportagem. (Foto: Reprodução/AFP).
Mas responsável pela fazendo também chama a atenção para o preço. “Se você quiser comprar comida à base de grilo, vai custar caro. A farinha de grilo é um produto de luxo. Custa cerca de 60 euros (R$323,00) por quilo. Se você levar macarrão de grilo, por exemplo, um pacote pode custar até 8 euros (R$48,00)“, diz ele.
A matéria pontua que os alimentos com insetos, por enquanto “continuam sendo uma opção de nicho nas sociedades ocidentais, já que os agricultores podem vender aves e carne bovina a preços mais baixos“.
“A carne que produzo é muito mais barata que a farinha de grilo e é de muito boa qualidade“, diz Claudio Lauteri, dono de outra fazenda perto de Roma, a qual pertence a sua família há quatro gerações. Ele diz ser contra a nova alternativa de alimento e se recusa a comê-la.
De acordo com a postagem da BBC Brasil, a decisão da UE em aprovar insetos para consumo humano, tem dividido opiniões no meio politico. Polônia e Áustria, por exemplo, teem pensamentos divergentes.
Ainda na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni, que considera o país como uma “superpotência alimentar”, criou um ministério para os produtos feitos por lá, visando proteger a tradição. “Produtos de insetos estão chegando às prateleiras dos supermercados! Farinha, larvas – bom, delicioso“, disse ela em tom de desgosto em um vídeo, como constatou a BBC.
A publicação informa que por receio de que os insetos possam ser associados à culinária italiana, três ministros do governo anunciaram quatro decretos buscando reprimir a prática. “É fundamental que essas farinhas não sejam confundidas com alimentos feitos na Itália“, disse Francesco Lollobrigida, ministro da Agricultura. Confira a matéria completa, clicando aqui.