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BR 101, trecho do Recôncavo da Bahia: a ‘rodovia da morte’

*Editorial

Quase todos os dias a BR 101, especialmente nesse trecho entre a Barragem de Pedra do Cavalo e o município de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo da Bahia, vem sendo palco de acidentes iguais e até piores do que esse (veja uma imagem mais abaixo) que ocorreu nesta sexta-feira (7). Um problema que vem acontecendo há muito tempo e já ceifou vidas de centenas ou milhares de pessoas, na e da região. Sem dúvidas, infelizmente pode-se denominá-la de a ‘rodovia da morte‘.

A impressão é que nos últimos meses, a situação só tem se agravado, dia após dia. E o pior de tudo, é perceber a empáfia e negligência dos políticos dessa parte do Estado.

Sabemos que a 101 é de responsabilidade do governo federal. Mas não há em pauta, qualquer mobilização, que se tenha conhecimento, dessas autoridades do Recôncavo, junto a seus deputados federais para articular lá em Brasília, uma possível e necessária DUPLICAÇÃO dessa importantíssima via, que liga o Nordeste ao Sudeste do Brasil, transportando pessoas e produtos que movimentam a economia do país. Por aqui, pouco se fala sobre o assunto.

O correto em vias como essas, é ter um alargamento apropriado com mais de uma faixa nas pistas mão e contramão, bem como, ter a proteção com guard rail ao longo da divisão entre os sentidos contrários e passarelas para os pedestres cruzarem de um lado para outros em suas comunidades.

Qual a solução para isso… privatizar? Então que se faça isso. Ou encontre outra alternativa. Aliás, em outros pontos, parte dela já é privatizada e existe projeto de duplicação em andamento ou paralisado por algum motivo. Mas, o que falta para chegar por aqui? A sociedade precisa saber. É urgente que se tenha uma resposta e solução, ao menos para diminuir as perdas de vidas e prejuízos materiais.

E nem é necessário procurar a PRF (Polícia Rodoviária Federal), ou qualquer outro órgão estatístico, para se certificar dos números e ou informações das ocorrências às quais nos referimos, para escrever um artigo como esse. Os fatos são visíveis para todos, diariamente. Felizmente esse motorista foi resgatado com vida (foto compartilhada em grupos de Whatsapp). Outros condutores e passageiros não tiveram a mesma ‘sorte’.

A pergunta é: quantas pessoas mais precisarão morrer para que se busque as devidas providências? É sabido também que a imprudência de alguns motoristas ao volante, tem contribuído para os acidentes. Porém, em uma BR de grande fluxo de veículos leves e pesados, o estreitamento das pistas favorece o choque entre os carros.

Para não regressarmos muito no tempo, de 2021 até agora, as famílias que perderam seus entes queridos nesse trecho dessa BR, certamente ainda estão de luto. Mas com certeza, no período eleitoral, todas elas receberam visitas desses políticos, que foram lá, não para dizer que estão buscando alguma providência para melhorar as condições de tráfegos da via, mas sim, apareceram fria e unicamente atrás de votos.

Como costumamos dizer, em alguns episódios da vida, para as ações acontecerem, é preciso haver a contrapartida dos agentes envolvidos. E nesse caso das ocorrências da 101, também não notamos nenhum movimento da população, para provocar a agilidade dessas autoridades. Não se vê um protesto, com paralisação do trânsito na via, por exemplo. Não há gritos por socorro. Nada. Chega ser assustador, o silêncio de todos.

Os mortos e ou os que sobreviveram e ficaram com sequelas, eram e são pessoas residentes dessa região e de outras partes do país que diariamente trafegavam por aqui. É lamentável como não se percebe ninguém dizer ou fazer alguma coisa para, ao menos, amenizar o sofrimento de suas famílias.

*Texto atualizado às 12:23

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