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Aos fazedores de espadas de fogo de Cruz das Almas, a missão

*Editorial – Por: Dell Santana

Moradores da cidade de Cruz das Almas, no Recôncavo da Bahia, que saiam do show Alvorada da Rio Branco deste ano, bem como, quem estava em suas casas, no entorno da festa, principalmente na Rua Ruy Barbosa (antiga Rua da Estação), passaram por momentos de pânico, nos primeiros minutos desta quinta-feira (1), durante uma ação de policiais militares que usaram munição química, como gás de pimenta, para coibir ao que o 27º CIPM-BA chamou em um COMUNICADO em suas redes sociais de “prática perigosa e criminosa da guerra de espadas de fogo“.

Após o ocorrido, a postura dos PMs foi o comentário geral na cidade durante todo o dia de ontem. Há relatos de que pessoas passaram mal ao inalarem o gás e outras se machucaram ao tentarem correr do conflito, etc. A PM alega ter revidado aos ataques dos espadeiros contra suas viaturas e agentes.

Opiniões das mais diversas estão sendo emitidas, tanto pela sociedade civil, quanto pelas autoridades locais, em conversas presenciais entre si e através da imprensa, redes sociais e grupos de Whatsapp. Elas apontam para a aplicação da lei e intervenções ordenadas da polícia e dos governantes.

O clamor geral é por uma solução urgente para evitar novas operações como essa da PM na madrugada desta quinta-feira, que segundo os moradores, vem acontecendo cada vez mais forte nos últimos anos.

Fogos prontos e materiais têm sido apreendidos. E em anos anteriores já ocorreram prisões de fabricantes.

Também já aconteceram mortes, mutilações e sequelas causadas pelo artefato ao longo desses anos. – O desafio agora é: o quê fazer para evitar esses transtornos e perdas?

Em nossa modesta opinião, essa missão cabe aos fazedores dessas espadas. Especialmente àqueles que fabricam os artefatos considerados mais perigosos e nocivos às vidas das pessoas e seus patrimônios. (Imagem: Reprodução/Ilustrativa)

São esses agentes quem têm que entender, a partir de suas próprias consciências e em respeito ao direito de ir e vir do(a) outro(a) e pela necessidade de continuar mantendo viva a tradição, que a fórmula perigosa do fabrico, produzida até aqui, precisa mudar, já a partir de 2024. E assim, eles continuarão se divertindo, ganhando seu dinheiro, sustentando suas famílias e evitando o confronto com a polícia, estabelecendo a paz na cidade durante o tão esperado festejos juninos.

O tempo tem mostrado que a Lei 10.826/2003 tem sido violada (desde 2011 o Ministério Público proíbe, porém, continua sendo fabricada) e a força da PM, não tem evitando os danos.

Em conversa com um político da cidade, ele pontuou quê, se necessário, deve-se ir a Brasília recorrer ao Supremo, pois, as tentativas por aqui, não estão resolvendo.

Bom. Aí, talvez, chegando à essa Instância e se ela entender que perante a gravidade da situação, seja necessário o Exercito entrar em campo, já que a pólvora, é um produto controlado por esses Militares, é bem possível que essa corporação possam proibir radicalmente sua comercialização para a fabricação desse midelo de fogo de artifício. E sendo ela, a principal matéria-prima dos espadeiros, aí, como se diz na gíria popular: ‘o buraco passará a ser bem mais embaixo‘. Ou esses fabricantes das espadas consideradas mais agressivas, se adequam, ou terão que chorar o fim de uma tradição secular.

Uma outra hipótese, além da fiscalização rígida do Exército, talvez seja a aplicação da Lei 4.238, de 8 de abril de 1942. – Mas, como dissemos, essa missão, está, em boa medida, nas mãos desses fazedores dessas espadas mais selvagens, digamos assim.

Confira o COMUNICADO DA 27ª CIPM para o ocorrido desta quinta-feira, clicando aqui.

*Dell Santana é graduado em Comunicação Institucional e editor do Acesse News, (filiado a ABI – Associação Baiana de Imprensa).

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