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‘Carne de ouro’: come quem pode, critica quem gostaria de comer (todo respeito aos que passam fome)

*Editorial

Na contramão das críticas feitas aos jogadores da Seleção Brasileira por terem comido a chamada carne de ouro‘, em um restaurante no Catar, em detrimento ao quadro de pobreza de uma parcela significante da população do Brasil, lamentamos dizer, mas, isso é comum (numa proporção similar), no meio político, por exemplo. Ou seja, entre aqueles que têm, ou deveriam ter, o dever de cuidar para que essa fatia da população, também possam comer bem.

Atire aí a primeira pedra, aquele ou aquela que acredita que, boa parte dos vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores e presidente da República, quando viajam dentro ou para fora do pais, comem aquele tradicional feijãozinho com arroz, básico.

A diferença é que, os jogadores da seleção normalmente acabam expondo algumas de suas façanhas, para o delírio dos fãs, ou agouro dos desafetos. Já os gestores e legisladores da Nação, em todas as esferas de governos, por hábito, costuma esconder alguns de seus atos, para evitar pitacos dos fãs e muito menos dos desafetos. Então, dificilmente você saberá o que eles comem por aí a fora. E o pior, pago com o nosso dinheiro.

Então, está na hora de a sociedade parar com essa hipocrisia. Criticar os atletas por saborearem uma comida diferente, naquele preço (dizem ser R$9 mil, o prato). Se é que eles realmente pagaram tal valor, ou a CBF, ou a Fifa, ou se toda aquela exposição tenha sido apenas um merchandising do estabelecimento. O fato é, quem quer que tenha bancado a conta, felizmente tem condições para isso. Pelo menos não saiu do nosso bolso.

Aliás, e se fosse você que estivesse naquele local e fosse oferecido aquele cardápio. Você comeria, ou em respeito aos milhões de ‘irmãos e irmãs’ que vivem por aqui nos rincões e periferias do país, sem nada em casa para comer, optaria por um prato, digamos, mais simplesinho? Por mais que eles mereçam e merecem todo nosso respeito e apoio, provavelmente a sua escolha, também seria carne banhada a ouro ou a outro ingrediente que a deixasse saborosamente mais cara.

Minha gente, não é bancando o justiceiro nas redes sociais (para ganhar cliques), que vamos mudar a cruel desigualdade social do nosso querido e rico Brasil. Mas sim, com ações mais verdadeiras e reais. Saber escolher seus gestores, a partir de seu voto consciente, ao invés de servir de massa de manobra de uma polarização política da maneira como se instalou no país nos últimos anos, já é um bom começo.

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